A pubalgia, síndrome pubálgico ou hérnia do desportista não designa um tipo específico de patologia. Refere-se sim a um conjunto de lesões que resultam de um desequilíbrio muscular entre os grupos musculares que se inserem no púbis (parte mais anterior da bacia): músculos abdominais e adutores.
Pubalgia / Síndrome pubálgico
Este tipo de lesão é mais frequente em desportos que envolvem mudança de direção repentina ou movimentos torsionais de intensidade. Caracteriza-se por estiramento ou rotura de algum tecido mole (incluindo músculo, tendão ou ligamento) no baixo ventre abodminal ou região inguinal. O tipo de desportos que envolvem apoio plantar de ambos os pés e torsão do tronco/ abdómen com esforço máximo podem proporcionar a lesão. São mais frequentes nos futebolistas, praticantes de hóquei no gelo e rugby.
A dor pode localizar-se na face mais interna da região inguinal (virilha) ou região baixa do abdómen (baixo ventre) ou ainda na sínfise púbica (união anterior dos ossos da bacia). Paralelamente, esta variação depende da principal estrutura lesada: adutores, músculos abdominais ou sínfise púbica (osteíte púbica), respetivamente. Desta forma, trata-se de uma dor que agrava com o esforço físico e melhora com o repouso. Geralmente aparece como uma moinha e vai aumentando de intensidade ao longo de semanas ou meses, sendo acompanhada por uma perda progressiva de rendimento desportivo. O diagnóstico inicial é feito pelo exame clínico e tem como objetivo perceber onde se localizam as queixas principais. Desta forma, se as queixas forem abdominais (baixo ventre) é necessário realizar uma ecografia para excluir a existência de uma hérnia inguinal. Se, por outro lado, forem na sínfise púbica é necessário um raio-x simples da bacia. Por fim, se forem nos adutores ou de localização mal definida, terá que se realizar uma ressonância magnética.
O tratamento consiste na paragem da atividade desportiva (obrigatória) e na realização de um programa especifico de reabilitação. Este programa visa debelar a dor e corrigir o desequilíbrio muscular existente. Nos casos em que não melhora, pode ser necessária a realização de uma cirurgia, que vai depender das lesões existentes. A grande maioria dos casos melhora com o programa de fisioterapia e reabilitação em 2 a 3 meses. Nos casos em que é necessária uma intervenção cirúrgica, a recuperação inicial demora cerca de 3 a 6 semanas (após a cirurgia). O retorno à atividade desportiva (treino) acontece entre as 8 e as 12 semanas dependendo do tipo de cirurgia. Após tratada a lesão é fundamental a instituição de um programa de exercícios para evitar o reaparecimento da lesão.

