As fraturas do Colo do Fémur apresentam um incidência crescente pelo envelhecimento da população. São mais frequentes em mulheres, devido à osteoporose, e ocorrem maioritariamente na faixa etária dos 70 anos. Na maioria dos casos, resultam de uma simples queda em casa, tornando-se um problema de saúde pública cada vez mais relevante em Portugal.
Em entrevista conduzida pelo jornalista João Tomé de Carvalho, o Dr. David Pinto esclarece que a cirurgia é, na grande maioria das situações, o tratamento de eleição:
“Estas fraturas requerem intervenção cirúrgica nas primeiras 48 horas. No Hospital Lusíadas de Lisboa, onde exerço, existe uma via verde especificamente dedicada a este tipo de casos, num modelo de abordagem multidisciplinar.”
Durante a conversa, o especialista explicou ainda que existem dois grandes tipos de fratura do Colo do Fémur : as que ocorrem dentro da articulação da anca — e que requerem a substituição da articulação por uma prótese — e as que ocorrem fora da articulação, tratadas com técnicas de fixação óssea, através de cavilhas, placas e parafusos.
A recuperação depende de vários factores, nomeadamente da idade avançada dos doentes e das patologias associadas. Ainda assim, a mobilização precoce e a fisioterapia desempenham um papel central.
Quando a cirurgia não é possível, o prognóstico torna-se bastante mais reservado, especialmente em pessoas com condições clínicas que impossibilitam a realização de uma intervenção segura.
Segundo o especialista, existem cerca de 10 mil novos casos de fraturas do Colo do Fémur por ano em Portugal.
A osteoporose é uma condição que fragiliza os ossos e aumenta drasticamente o risco destas fraturas, mesmo após quedas ligeiras.
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