A coxartrose, osteoartrose ou artrose da anca não é mais do que o desgaste progressivo e desaparecimento do tecido nobre que constitui a articulação da anca que é a cartilagem.
Coxartrose / Artrose da Anca
As causas podem ser primárias ou idiopáticas e secundárias. Dentro das causas secundárias podem ser pós traumáticas (fratura, sequela de fratura ou traumatismo de repetição), pós conflito femoro-acetabular, pós infecciosa (artrite séptica), decorrente de doença médica articular ou sistémica (espondilite anquilosante, artrite reumatóide, diabetes mellitus, necrose avascular da cabeça do fémur entre outras), pós doença displásica da anca (alteração da anatomia da articulação) ou outras doenças da anca na infância como D. Perthes.
A dor localiza-se tipicamente na face anterior da anca (virilha). Pode prolongar-se até ao joelho (sendo por vezes confundida com dor no joelho) ou até à região glútea (nádega) podendo ser confundida com patologia da coluna lombar. A dor agrava com as rotações do membro inferior (cruzar a perna). Paralelamente, é frequentemente acompanhada por uma perda progressiva da mobilidade caracterizada pela incapacidade de calçar o sapato e/ou a meia ou cortar as unhas.
O exame necessário para o diagnóstico é a radiografia simples da bacia e anca. Não são necessários outros exames para o diagnóstico correto, porém pode ser necessário o recurso a ressonância magnética para estudo mais detalhado articular ou de tomografia computorizada em casos de artrose envolvendo grandes deformidades ou tumores ósseos.
Numa fase inicial o tratamento tem como objetivo o controlo da dor e evitar a progressão da doença. Tem por base o uso de analgésicos, anti-inflamatórios e condroprotetores (glucosamina e condroitina). Os recursos da fisioterapia convencional têm o seu papel nesta patologia e visam não só auxiliar no processo de controlo álgico através de agentes físicos, mas também de melhorar o envelope muscular em redor da articulação. São frequentemente aconselhados exercícios como pilates, hidroginástica e bicicleta. Podem ser feitas infiltrações articulares (anti-inflamatórios; viscosuplementação ou fatores de crescimento) com o objetivo de melhorar a dor nos casos em que a medicação oral não é eficaz.
A grande maioria dos casos, dependendo do grau de artrose, melhora os sintomas com 2 a 3 semanas de tratamento com analgésico e anti-inflamatório. A toma de condroprotetores pode melhorar as queixas, mas apenas ao fim de 3 a 6 meses de utilização. As infiltrações articulares podem melhorar as queixas por um período de 6 meses a 1 ano, podendo ser repetidas ao final deste tempo.
Quando se esgota a eficácia destes métodos de tratamento pode ser necessária uma intervenção cirúrgica que visa substituir a articulação doente por uma prótese da anca (artroplastia total da anca). O tempo de recuperação de uma prótese da anca varia de acordo com a idade, capacidade física e técnica cirúrgica utilizada. Num doente ativo e submetido a prótese total da anca por via anterior o tempo de recuperação é cerca de 2 a 4 meses.

