A osteossíntese ou fixação cirúrgica deste tipo de fraturas é complexa, trabalhosa (cirurgias longas) e não isenta de riscos devido à proximidade de estruturas anatómicas importantes (raízes nervosas lombares e nervo ciático e femoral, vasos sanguíneos ilíacos e femorais, órgãos intra-pélvicos) pelo que devem ser realizadas por especialistas em trauma pélvico e da anca. A fixação é feita com recurso a placas e parafusos. As placas podem já ter formas específicas (pré-moldadas) ou serem moldadas e cortadas na altura da cirurgia para melhor se adaptarem ao local e tipo de fratura.
Mas antes da fixação final destas fraturas, existem dois momentos decisivos para a sua realização: a via de abordagem cirúrgica e a redução das fraturas (colocar as fraturas no sítio e alinhadas).
Em relação à abordagem cirúrgica, esta deverá ser criteriosamente selecionada com base no tipo e localização da fratura e de acordo com o plano operatório de redução da mesma. Genericamente, podemos dividi-las em abordagens anteriores ou intra-pélvicas e abordagens posteriores ou extra-pélvicas. Das abordagens anteriores as mais utilizadas são a ilio-inguinal (parede e coluna anterior do acetábulo; púbis) e a Stoppa modificada que para além de permitir fixar as fraturas anteriores, permite o acesso à sínfise púbica e à lâmina quadrilátera (fundo acetabular). Na via ilio-inguinal a incisão é feita na região inguinal (virilha) e normalmente tem cerca de 15 cm de comprimento. Na via Stoppa modificada são feitas 2 incisões de 10 cm, uma abdominal anterior (Pfannenstiel) e outra sobre a crista ilíaca. Das abordagens posteriores, a mais utilizada é a via de Kocher-Lagenbeck (parede e coluna posterior). Nesta, é feita uma incisão curvilínea na região glútea sendo que a parte proximal segue a direção das fibras do músculo grande glúteo e distalmente a direção do fémur. Normalmente tem cerca de 20 cm. Por vezes, é necessário fazer abordagens combinadas (anterior e posterior) que torna a cirurgia mais complexa e com maior morbilidade.
Outro fator decisivo no sucesso da osteossíntese destas fraturas é a sua redução. O seu sucesso depende de vários factores: timing cirúrgico (quanto mais precoce a cirurgia mais fácil a redução), seleção da via de abordagem (caracterização precisa do tipo e localização das fraturas) e planeamento operatório (sequência de redução e fixação: que fraturas reduzir e fixar primeiro). Para além desses fatores existem várias técnicas que facilitam a redução como pinças de distração e redução e manobras de redução (mobilização da anca e ligamentotaxia com tração do membro inferior). Conjugando todos estes fatores é possível tratar com sucesso estas fraturas minimizando as suas complicações e morbilidade.
O sucesso do tratamento cirúrgico tem um impacto tremendo na recuperação destes doentes, uma vez, que permite um levante, deambulação e reabilitação precoces e evita o impacto negativo e complicações da imobilização prolongada do tratamento conservador (não cirúrgico) deste tipo de fraturas.