Artoplastia Resurfacing da Anca

Esta é uma opção cirúrgica que deve ser considerada em doentes jovens e ativos com artrose da anca. Uma vez que a prótese total da anca, neste grupo de doentes, apresenta uma percentagem superior de falência (desgaste e descelamento) e necessidade de cirurgia de revisão precoce. Consiste numa substituição articular conservadora, uma vez que preserva toda a estrutura da articulação ao contrário da prótese total da anca. Na artroplastia de resurfacing, apenas é substituída a superfície articular (são retirados apenas alguns milímetros) da cabeça do fémur e do acetábulo. Não há corte de osso e isto permite manter o tamanho da cabeça do fémur dando maior estabilidade e mobilidade à articulação. Outra vantagem, da preservação óssea, diz respeito à necessidade de uma eventual cirurgia de revisão no futuro. Uma vez, que é possível “transformar” um resurfacing numa prótese total da anca se necessário. São vários os exemplos de atletas, desde profissionais a amadores que optam por esta solução porque lhes permite ambicionar manter a sua atividade física e performance desportiva.
A Birmingham Hip Resurfacing (BHR) desenvolvida pelo cirurgião britânico Sir Derek McMinn tem mais de 20 anos de utilização com provas dadas em várias publicações e registos nacionais e internacionais. Tecnicamente a cirurgia é realizada por uma abordagem lateral (Hardinge – corte na face lateral da anca de cerca de 12 a 15cm) e é necessário deslocar (luxar cirurgicamente) a articulação para se puder “raspar” a cartilagem doente da cabeça do fémur e da cavidade acetabular para em seguida serem colocados, em sua substituição, uma cup acetabular e uma cabeça femoral ambos de metal. A BHR é portanto uma articulação metal-metal (MoM) sendo este metal o crómio-cobalto que tem uma história de utilização em Ortopedia de mais de 40 anos. A BHR é o resurfacing MoM da anca com maior sucesso a nível global e representa uma excelente solução para um grupo específico de doentes com artrose da anca com indicação cirúrgica.

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